CARTA PARA O SOUTO DA CARPALHOSA

Na hora das decisões, sugestões e ideias não faltam, há muitas, mas não foram ouvidas, não tiveram oportunidade de consulta, não puderam ser analisadas e, por conseguinte, isentas de comentários. Não têm hipótese de sucesso porque lhes falta o essencial: o diálogo, que não existe. Não há coragem para enfrentar as reacções e a verdade, teme-se que sejam colocadas as questões incómodas, pois alguém falhou!
A necessidade de inovação é urgente, as condições actuais não se justificam! Há já muito tempo que manifestei esse desejo, pelo qual renovo inteiro acordo. Porém, desaprovo como se pretende gastar dinheiro em demolições, quando tanta falta faz para construir, sobretudo na destruição de um abrigo emblemático que pode vir a ser útil a uma eventualidade, revalorizada!
Santo Deus! Onde está a dificuldade em parar um instante e fazer a seguinte pergunta: "Porque quereis vós guardar de pé semelhantes velharias?!"
Só isso!
Esta questão não impedir andamentos, nem contraria o curso de novos projectos. Antes pelo contrário, só pode reforçar motivações, aumentando esperanças de coligação. Todos juntos somos muitos mais, a construir e conservar!
Mas, na minha opinião, a questão mais incómoda é saber para que se quer conservar!
Guardar para quê…?!
Talvez por este caminho possamos encontrar a chave que dá acesso ao cofre que se tem mantido impenetrável há mais de uma dezena de anos, onde é suposto estar escondida a incógnita, o oráculo das dúvidas persistentes, a resposta às perguntas que podem causar sismos de extrema violência!
Se assim for, é melhor decidir sem consultar, deixando adiado uma vez mais o esclarecimento que se deve, renunciando mesmo prestigiosos e necessários auxílios!
Presume-se que os nomeados resumem o processo de: "não sendo isto mau, para quê incomodar-me, quem vier atrás, que feche a porta…".
São propósitos do tempo, correspondentes à falta de civismo e responsabilidade, idênticos às famílias modernas que se constituem, com a excepção de algumas: casar para quê? Vive-se no pecado (como dizem os franceses), não se gasta dinheiro em divórcio, no caso de separação.
É… é isso mesmo.
Não vou aludir mais sobre este caso, que os leitores bem conhecem, onde não há culpados e só os preocupados se interrogam. Sabendo que não me encontro só na plateia dos observadores, é motivos para que exteriorize mais facilmente os meus sentimentos, sobre os quais assumo responsabilidade total!
Espero que resultem como as últimas vezes. Façam e distribuam muitas fotocópias, eu agradeço.
Ah! Não vale a pena ir colocar na minha caixa do correio, eu guardo sempre um exemplar de tudo o que escrevo.
Albino de Jesus Silva

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