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O NOTÍCIAS ESTÁ DE PARABÉNS

Com a publicação do jornal referente ao mês de Fevereiro, chegamos à edição 50 do NOTÍCIAS DA FREGUESIA, estando assim o nosso jornal de parabéns. Nesta edição, assinalam-se também marcos importantes no jornal. Passamos, a partir desta data, a estar registados na Entidade Reguladora para a Comunicação Social, comprometendo-nos, aqui mesmo, a cumprir com o nosso Estatuto Editorial, aumentando assim o nosso compromisso de seriedade para com o leitor. Para além disso, e pelo sucesso que o jornal tem tido junto da comunidade, é também na edição 50 que o jornal dá mais um passo, duplicando a sua tiragem (agora com mil exemplares), dando assim a possibilidade para que o NOTÍCIAS DA FREGUESIA chegue a mais leitores.
Curiosamente, o número 50 está bem presente este mês no jornal. Para além de ser o número de edição é também um número comemorativo entre casais. Nesta edição, falamos com dois casais que há mais de 50 anos partilham momentos de cumplicidade, mostrando assim que o amor pode ser para durar.
Temos conhecimento que o nosso jornal é um veículo de informação apreciado também lá fora, nomeadamente em França e no Brasil. Sabemos também que, muitos gostariam de o poder receber onde estão, distantes da sua terra. Por tudo isto, a todos os que quiserem receber o NOTÍCIAS DA FREGUESIA onde se encontram, a junta pede que deixem envelopes endereçados e selados nas nossas instalações, a fim de lhes podermos enviar o jornal. Fazemos este pedido uma vez que, tal como é do conhecimento de todos, a única receita do jornal é a promoção da nossa terra, pelo que, seria muito difícil por parte da junta suportar os custos de envio.
Relembro aqui, mais uma vez, o convívio dos ex-combatentes da guerra do Ultramar. Já podemos adiantar que o mesmo irá realizar-se no dia 14 de Junho. Para que possamos organizar este evento atempadamente, pedimos aos interessados que se inscrevam na Junta de Freguesia, com o máximo de brevidade, sendo portadores de algumas fotografias para a exposição (quem as tiver).

Onde pára o civismo?
Infelizmente, a falta de cidadania não é coisa do passado. Nos dias que correm, ainda vamos assistindo a coisas que de facto não lembram a ninguém, quando se pretende abrir ruas para facilitar construções a jovens que pretendem fixar-se na freguesia e para a quais é necessário o contributo de todos dentro de princípios de equidade e compreensão. E não pensem que as dificuldades que nos são criados provêem das pessoas de mais idade, antes pelo contrário. Mais chocante ainda é quando se dá o dito por não dito depois de se ter gasto dinheiro do erário público. São situações com as quais temos que conviver. Continuamos sempre disponíveis para as corrigir caso os intervenientes assim decidam.

José Carlos Gomes

PROJECTO EDITORIAL

Com o registo do NOTÍCIAS DA FREGUESIA na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), deixamos aqui o nosso compromisso editorial. É de referir que, apesar de ainda não estarmos registados na ERC, este compromisso já existia para com os leitores.
O NOTÍCIAS DA FREGUESIA é, e será, aquilo que os leitores quiserem que seja.

1. O NOTÍCIAS DA FREGUESIA DE SOUTO DA CARPALHOSA é um boletim informativo, generalista, de livre pensamento, com liberdade de expressão e pluralista em ideias.
2. O NOTÍCIAS DA FREGUESIA DE SOUTO DA CARPALHOSA não perfilha nenhuma ideologia política, racial ou religiosa, sendo a sua conduta de respeito por todas as ideias, ideais e crenças, desde que estas se enquadrem dentro do perfil da Democracia e respeito pelos Direitos Humanos.
3. O NOTÍCIAS DA FREGUESIA DE SOUTO DA CARPALHOSA respeita os direitos e deveres constitucionais da Liberdade de Expressão e Informação.
4. O NOTÍCIAS DA FREGUESIA DE SOUTO DA CARPALHOSA rege-se por critérios jornalísticos de rigor e isenção.
5. O NOTÍCIAS DA FREGUESIA DE SOUTO DA CARPALHOSA tem como principais objectivos: Assegurar a todos os leitores da freguesia de Souto da Carpalhosa o direito à informação; Ser um veículo de promoção da freguesia de Souto da Carpalhosa; Ter informação, predominantemente, de âmbito local e interesse público; Salvaguardar o rigor e a objectividade da informação e das fontes.

ENTRE O MUITO E O POUCO

É adágio popular essa expressão que diz que “O medo é que guarda a vinha”. Em recente viagem por terras de Israel e Jordânia, pude observar muitas coisas novas e diferentes daquilo com que nos confrontamos no nosso dia-a-dia. Umas ficam na memória porque fazem pensar, outras porque são espécie de aventura ou beleza que se retém com facilidade.
Foi dito que Israel, pequeno país de que dois terços de território são deserto, exporta 60% da sua agricultura que, ao que se diz, é a melhor do mundo. Neste contexto comentou-se que essa é a percentagem que Portugal importa no que diz respeito a produtos agrícolas (confesso ignorância, porque não sei se realmente assim é, mas bem acredito que seja). Alimentação? Bastante boa, pese embora o tipo de temperos utilizados, que não se compadecem muito com alguns dos gostos da nossa gente. Tudo aceitável, no meu ponto de vista. Um dos produtos que me chamou a atenção foi a maçã que como sobremesa nos era facultada, mesmo em hotéis de 5 estrelas. Deliciosas ao paladar, mas sem a beleza do brilho encerado das que se encontram nos nossos mercados e com um tamanho que na nossa próspera União Europeia não seria aceite, em caso algum, dadas as suas dimensões reduzidas. É evidente que sobremesas e doces não faltavam, mas aquelas maçãs pequeninas fizeram-me pensar que aquele país tem o progresso que tem também porque sabe vender o que é mais apetecível aos olhos e consumir o que pode ter um pouco menos de aparência, mas que nem por isso deixa de ser saboroso. Quem, dos mais velhos de nós, não recorda as maçãs que ficavam esquecidas ou como “rabisco” nas macieiras e que por mais pequeninas que se apresentassem tinham um sabor doce e a saber a pouco?
Habituámos a viver no muito sem termos, em muitos casos, passado pelo pouco, sem termos aprendido a dar valor à ausência daquilo que nos não faz falta. A situação económico-social em que estamos a ser forçados a viver faz-nos voltar a um passado indesejável e alerta-nos para um aspecto fundamental da vida humana: a partilha, que muitas vezes não sabemos fazer por generosidade mas que em momentos da história aprendemos a fazer por obrigação e pela impossibilidade de ficarmos insensíveis à situação de ausência de condições que estão na base da dignidade da vida humana e por que irmãos nossos, gente a nosso lado passa.

Pe. José Baptista

4 ANOS, 50 EDIÇÕES

Edição 50. O NOTÍCIAS DA FREGUESIA já começa a fazer história na freguesia, mas, mais importante, é o seu contributo para que se façam e se conheçam histórias.
Nesta edição, aniversário, várias foram as mudanças: mudança de gráfica, registo na Entidade Reguladora para a Comunicação Social, aumento, para o dobro, da tiragem. As mudanças foram muitas, mas a essência do NOTÍCIAS DA FREGUESIA continua a mesma.
Aqui ficam algumas vozes da freguesia que não quiseram deixar de felicitar o jornal.

“Apoiei sempre a criação do jornal. Acho muito importante a divulgação de informação. Quanto ao NOTÍCIAS DA FREGUESIA considero uma grande ideia e espero que a Junta de Freguesia continue com este projecto. É importante que as pessoas saibam que o jornal é apreciado lá fora (estrangeiro) e a junta faz o convite às população para deixar envelopes preparados a fim de lhes fazer chegar o jornal. Deixo aqui os meus votos de felicidades e que continue a ir para a frente!”. Albino de Jesus Silva, Souto da Carpalhosa (emigrante em França)

“Quero deixar aqui os parabéns ao jornal. Tem sofrido uma evolução bastante positiva, sobretudo de há uns meses para cá. É uma boa iniciativa da junta e é, acima de tudo, muito importante para a freguesia. Além disso, acho que tem também uma vertente muito importante, no sentido em que, de alguma forma, “pica” as associações e a comunidade para a realização de actividades. No fundo, é um meio de promoção”. Raul Caetano, Chã da Laranjeira

“Leio o jornal habitualmente e acho-o muito interessante. Tenho uma ideia muito positiva relativamente a este veículo informativo. É muito interessante ver e saber o que passa na freguesia, mesmo as coisas mais pequeninas que se fazem, que não significa que sejam menos importantes. Deixo aqui os meus votos de parabéns ao jornal e desejo que chegue à edição número 100 com uma dimensão ainda maior. Aproveito para deixar também os parabéns à junta pelo projecto”. Fernando Duarte, Picoto

COMISSÃO PAROQUIAL DE ARROTEIA

Uma vez já definidos, deixamos aqui o nome de todos os elementos que constituem a nova comissão da capela de Arroteia. Assim, esta comissão conta com vários voluntários, nomeadamente, Victor Rodrigues, Leonel Gaspar, Manuel Jesus dos Reis, José Duarte, Américo Domingues e Sérgio Gaspar.

RECENSEAMENTO ELEITORAL

O recenseamento eleitoral é um processo obrigatório para todos os cidadãos portugueses. Este ano, farto em eleições, contam-se as autárquicas, legislativas e europeias.
É importante que o cidadão ponha em exercício o seu direito de voto, mais: o seu dever de voto!
Nesta edição, deixamos aqui algumas indicações sobre o recenseamento eleitoral que sofreu algumas alterações recentemente.

Para quem é obrigatória a inscrição no Recenseamento Eleitoral (R.E.)?
A inscrição no R.E. é obrigatória para todos os cidadãos portugueses, residentes no território nacional, e maiores de 17 anos.

Sendo obrigatória a inscrição no R. E., o que devo fazer para me inscrever?
Nada. Os cidadãos portugueses, residentes no território nacional, e maiores de 17 anos, são automaticamente inscritos na Base de Dados do Recenseamento Eleitoral, com base na plataforma do cartão de cidadão e dos sistemas de identificação civil e militar.

Como actualizo os meus dados identificativos no R.E.?
Qualquer modificação dos elementos de identificação dos eleitores é comunicada automaticamente à Base de Dados do Recenseamento Eleitoral, através do SIGRE, ficando assim actualizada a sua inscrição no recenseamento eleitoral.

Quando mudo de residência, o que devo fazer para transferir a minha inscrição no recenseamento eleitoral?
Tem que obrigatoriamente proceder à actualização da residência no cartão de cidadão. A transferência de inscrição no recenseamento eleitoral opera-se, então, automaticamente.

Neste caso o número de eleitor mantém-se?
Caso mude de freguesia ou de posto de recenseamento, o SIGRE atribuir-lhe-á automaticamente um novo número de eleitor. Caso a mudança de residência se verifique dentro da mesma freguesia e posto de recenseamento, caso exista, o número de eleitor mantém-se.

O que é o SIGRE?

É a sigla de Sistema de Informação e Gestão do Recenseamento Eleitoral que assegura o recenseamento automático dos cidadãos, mediante a adequada interoperabilidade com a plataforma de serviços comuns do cartão de cidadão, com os sistemas de identificação civis e militares dos cidadãos nacionais e com o sistema integrado de informação do SEF no caso dos cidadãos estrangeiros e garante centralmente, no âmbito da BDRE, a consolidação e actualização da informação que nela consta.

Como se sabe o número de eleitor?
Através da Internet (http://recenseamento.mai.gov.pt), via SMS (escreva a seguinte mensagem: RE nº de Identificação civil sem check.digito data de nascimento AAAAMMDD exemplo: RE 1444880 19531007 e marque 3838). Também a Comissão Recenseadora (C.R.) que funciona na Junta de Freguesia da área da sua residência pode facultar-lhe o seu número de eleitor.

Para mais informações sobre Recenseamento Eleitoral, dirige-se à sua Junta de Freguesia.

UMA VIDA ATRÁS DO BALCÃO

Na freguesia do Souto devem ser poucos os que não conhecem o Café Pinhal, junto à EN109, no lugar de Várzeas. Café e mini-mercado no mesmo local, muitos são os anos passados ao balcão, muitos são os que por ali passam, muitas são as histórias que se ali vivem. Os mais novos não se lembram das antigas tascas e tabernas, já não são desse tempo. Mas, ali, temos um estabelecimento que já foi uma taberna, em tempos, mas que o decorrer dos anos obrigou a mudar as suas características tão típicas.
Nesta edição, o NOTÍCIAS DA FREGUESIA foi falar com Eduardo Pinhal, proprietário do estabelecimento. Natural da Ortigosa, há 57 anos que veio parar às Várzeas e, antes de ir ter às suas mãos, já existia este espaço comercial. “Isto era uma taberna e uma mercearia do meu tio”, relembrou Eduardo. “O meu tio foi para o Brasil e, aquele que viria a ser um dia meu sogro, comprou isto”, conta. Mais tarde, em 1964, quando regressou da guerra do Ultramar, Eduardo casou com a “filha do patrão”. Cerca de quatro anos mais tarde, Eduardo adquiriu todo o estabelecimento – taberna e mercearia. Esta é, sem margem para dúvidas, um dos estabelecimentos mais antigos do género – senão o mais antigo – na freguesia.
Relativamente ao surgir das grandes superfícies comerciais, Eduardo afirma que os hipermercados vieram retirar muita da sua clientela. Mas, refere, “lá tem de se pagar na hora e aqui, há muitos que ainda podem ficar a dever”. Contudo, existe sempre o cliente fiel, “há os mais antigos que toda a vida vieram cá”, conta.
Desde que tem o estabelecimento em suas mãos, já fez algumas obras, nomeadamente a construção casa onde habita, junto ao estabelecimento, e amplificação do café. Mas, já lá vão alguns anos. Agora gostaria de fazer novas obras de ampliação e renovação. Contudo “temos todas as aprovações, luz verde em tudo para avançar, à excepção da Estradas de Portugal”, lamenta.
Estar ao balcão foi sempre a sua profissão. “Fiz isto quase 60 anos e nunca tive um dia de férias!”. A palavra “férias” só começou a fazer parte da sua vida quando, há três anos, apanhou um susto com um AVC. “Fui sempre eu e a minha mulher e não estou arrependido!”, afirma, orgulhoso do seu percurso de vida.
Agora, Eduardo Pinhal aos 68 anos e a sua esposa, Maria da Luz Santos, com 66, contam com a ajuda dos filhos, Samuel e Cristina e da nora, Anabela, no atendimento no café e no mini-mercado.
Mas, apesar de tantos anos de porta aberta, não significa que a crise não os afecte. O filho, Samuel, disse ao NOTÍCIAS DA FREGUESIA que a crise “também nos está a chegar”.
Neste tipo de estabelecimentos, mais familiar, encontramos um atendimento que não é comum nas grandes superfícies. “Às vezes, já estamos de porta fechada, tocam à campainha e nós ainda desenrascamos a pessoa”, conta Eduardo.
Durante esta conversa, Eduardo contou também alguns episódios caricatos que viveu ali no seu estabelecimento. “Uma vez, chegou aqui um tipo de mota e pede-me uma imperial e um maço de tabaco, e eu servi-o. Depois perguntou-me se eu lhe fazia uma sandes de chouriço e eu disse que sim. Fui fazê-la. Quando voltei, com a sandes na mão… bem, fiquei com ela na mão… porque já não estava ninguém no café!”, conta Eduardo, rindo-se, agora, do episódio.
Diariamente, são ainda muitos os que por ali passam e muitos outros os que já passaram pelo café e mini-mercado. O “Pinhal” é um verdadeiro exemplo de que a união familiar pode ser a chave para este estabelecimento perdurar.


PARA UMA NOVA PRIMAVERA ESPIRITUAL

1. Peregrinação interior às fontes da fé
Estamos prestes a entrar na “Grande e Santa Quaresma”, segundo a bela expressão dos nossos irmãos cristãos ortodoxos. Durante quarenta dias, todos os cristãos são convidados a fazerem uma revisão de vida e a reavivarem o dom da fé, recebido no baptismo, para celebrarem a Páscoa da Ressurreição com um coração novo. Quem não sente a necessidade dum tempo forte de mais recolhimento para pôr a vida em ordem?
Neste ano jubilar dedicado a S. Paulo, a Quaresma é, de modo especial, o tempo privilegiado para ir beber à fonte, ao coração do mistério da fé com a ajuda do Apóstolo. Queremos pois que a nossa Quaresma seja uma etapa da peregrinação do coração, com S. Paulo, até Jesus Cristo: uma peregrinação interior às raízes da fé, ao encontro pessoal com Cristo vivo.

2. Retiro espiritual com S. Paulo
Neste sentido proponho à diocese um “retiro popular”, acessível a todo o povo de Deus, com o tema “Permanecer no coração da fé com S. Paulo”, em ordem a um aprofundamento da fé e a uma revitalização da vida espiritual.
Como no ano passado, convido os cristãos a reunirem-se em pequenos grupos informais, uma vez por semana, durante uma hora, a fim de meditarem alguns belos textos de S. Paulo, segundo o método da leitura orante da Palavra de Deus (a lectio divina) e partilharem a fé. Para este efeito já foi distribuído pelas paróquias um guião como subsídio para o retiro. Peço aos párocos o melhor empenho na organização deste grande retiro do Povo de Deus.
Na escuta e meditação da Palavra, cada um aprenderá a ler o seu coração e a sua vida com o olhar benévolo, misericordioso, amigo e cordial de Deus e a abrir-se à Sua graça e à Sua novidade. E, certamente, descobrirá surpresas de Deus!
“O coração humano – o teu, o meu, o de todos – é mais rico de quanto possa parecer; é mais sensível de quanto se possa imaginar; é gerador de energias inesperadas; é uma mina de potencialidades muitas vezes pouco conhecidas ou até sufocadas pela frustrante convicção de que “ como assim, é impossível mudar alguma coisa” ou então “eu já não consigo”. Experimenta interrogar-te sobre as verdades que estão no mais profundo de ti. É um direito teu interrogares-te para te conheceres nas tuas luzes e sombras, para saberes donde vens, para onde estás a caminhar, que sentido tem a tua vida.
E no silêncio de algum momento sente-te querido por Deus e procura conhecer Jesus. Quando O conheceres, senti-lo-às próximo, amigo, vivo. E quando fizeres a experiência de suscitar um sorriso ou acender uma esperança na vida dos outros, dar-te-às conta de que também na tua vida haverá mais luz, mais sentido, mais alegria”(Cardeal Martini).

Tenho a certeza de que o retiro popular, vivido nesta perspectiva, despertará uma nova primavera espiritual, uma primavera da fé nas nossas comunidades cristãs.

3. O perfume do jejum e da partilha
Esta perspectiva ajuda-nos ainda a descobrir o sentido da antiga e sempre actual praxis do jejum e da partilha quaresmais.
“Quando jejuares, perfuma a tua cabeça”, diz o Evangelho. Que perfume querem os cristãos espalhar nesta quaresma de 2009? Na Mensagem para a Quaresma, o Santo Padre Bento XVI convida a “valorizar o significado autêntico e perene desta antiga prática penitencial do jejum que pode ajudar-nos a mortificar o nosso egoísmo e a abrir o nosso coração ao amor de Deus e do próximo”.
Neste sentido, o jejum –nas várias formas expressivas da sobriedade de vida e de consumo – torna-se oração e comunhão. Reaviva o amor. Abre no coração a fonte da partilha. Não faz barulho, mas dá frutos de justiça e de caridade.
Neste ano marcado pela crise sócio-económica, cujas primeiras vítimas são os mais pobres, o fruto da habitual renúncia quaresmal na nossa diocese será destinado a duas instituições: ao Centro de Acolhimento da Paróquia da Sé de Leiria que serve alimentação e outros apoios às pessoas sem abrigo que passam pela cidade ou nela vivem e à Comunidade Vida e Paz ao serviço dos sem abrigo e da recuperação dos toxicodependentes.
A todos os diocesanos desejo uma “grande e santa Quaresma”!

† António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

CUMPLICIDADE DOURADA

Nesta edição o NOTÍCIAS DA FREGUESIA decidiu dar destaque ao amor. Como esta edição é referente ao mês do amor e da paixão, Fevereiro, e como se trata da edição 50 do jornal, nada melhor do que falar com casais que, há mais de meio século partilham momentos de cumplicidade.
Joaquim Coelho e Belmira Santos, do Picoto, comemoraram, no dia 7 de Janeiro, as suas Bodas de Ouro. Para assinalar a data do seu casamento, este casal renovou os votos no dia 10 de Janeiro, revivendo o dia em que uniram as suas vidas em 1959. “Foi um dia mais feliz do que o próprio dia do casamento”, disse Joaquim Coelho, relembrando os quilómetros que teve de fazer nesse dia a pé e, no fim, a sua festa de casamento foi separada da sua esposa.
Como forma de celebrar a data, o casal renovou os votos na igreja do Souto, seguindo-se a festa no restaurante “Pinhal da Quinta”, rodeados por cerca de 95 pessoas, entre amigos e familiares. “Estiveram mais presentes agora do que no dia do casamento, que foram só uns vinte”, recorda Joaquim.
Mas, afinal, como se “aguentam” 50 anos de cumplicidade? Belmira foi pronta a responder, “o meu marido foi sempre muito boa pessoa. É certo há sempre altos e baixos, mas ainda nos aturamos um ao outro”. Foram pais de cinco filhos e já contam com oito netos e, com uma família constituída, Belmira diz que se comemora uma data como estas “como mais sentido”.
Quem também festejou as bodas de ouro foi Joaquim Mendes Júnior e Maria Augusta Santos, residentes em Moita da Roda.
Joaquim, toda a vida foi resineiro e Augusta, dona de casa. Com quatro filhos e sete netos - com o oitavo a caminho – este casal refere-se ao seu casamento com um brilho nos olhos, como se se tratasse dos primeiros tempos de namoro. “Graças a Deus, temos vivido sempre muito felizes”, refere Augusta. No dia 7 de Fevereiro, o casal reviveu um dia em que deram o nó. “Revivemos o nosso casamento outra vez”, disse Joaquim. Renovaram os votos na capela da Moita da Roda, e de seguida a festa continuou num restaurante em Carvide e na companhia de cerca de 35 familiares. “Não pudemos convidar todos os que queríamos, se assim fosse, seríamos 140 pessoas”, desabafou Augusta.
“O meu filho que está na Alemanha colocou uma faixa na rua, na parede, e enfeitou a casa com balões”, contou Joaquim, sorrindo ao relatar o sucedido.
Quanto ao segredo da longevidade na relação, Augusta disse que a receita é muito simples, “é preciso haver muito Amor e sabermo-nos corrigir um ao outro”.

QUANDO O AMOR NÃO ESCOLHE IDADE

Quando se conheceram, ele estava viúvo e tinha 55 anos. Ela, solteira, tinha 45. Estavam no Verão de 1992 quando se cruzaram pela primeira vez.
Falamos de Preciosa João e Manuel Guerra Santos, residentes no Souto da Carpalhosa, um casal que, celebrou o matrimónio em 1993. Talvez para a maioria, casar nesta idade já seja “tarde”. Mas, Preciosa e Manuel são a prova de que os sentimentos não têm prazo de validade.
Manuel contou-nos como conheceu Preciosa. Tinha enviuvado ainda não há muito tempo, quando começou a meter-se com “todas as mulheres que andassem vestidas de preto”, numa forma de estabelecer conversa. Curiosamente, foi assim que conheceu aquela que viria a ser a sua esposa. Preciosa andava vestida de preto, pela alma de sua mãe, e um dia, no regresso do trabalho, Manuel parou ao lado dela e, fazendo-se de perdido, pede-lhe algumas indicações. E foi aqui que se estabeleceu o primeiro de muitos contactos. “Dias mais tarde fomos jantar fora, mas estávamos tão nervosos que nenhum dos dois jantou”, conta Manuel, entre risos.
Depois de um ano de namoro, Preciosa e Manuel decidiram dar o passo mais sério e casar. “Quando fomos tratar dos papéis para casar, a senhora que lá estava olhava muito séria para nós”, disse Manuel, referindo-se à estranheza que os outros podiam achar por estarem a contrair matrimónio.
Hoje, 15 anos depois de darem o nó, estão os dois reformados, mas não é por isso que têm menos trabalho. Há sempre coisas para fazer.
“Nós somos a prova de que o amor não tem idade”, afirma Manuel. Preciosa partilha da mesma ideia do marido e afirma que “vai-se sempre a tempo para namorar”.
Idades diferentes, experiências de vida diferentes, mas um sentimento em comum.


CASA PAROQUIAL JÁ ESTÁ DE PÉ

Quem passa junto à Igreja do Souto já consegue ver a nova casa paroquial. É certo que ainda está numa fase embrionária, mas já deixa adivinhar como será a sua estrutura.
As obras, que arrancaram em Outubro passado, vão decorrendo diariamente. Contudo, não é possível adiantar a data prevista para conclusão. O que podemos adiantar é que, esta nova casa paroquial, será constituída por três quartos, quatro casas de banho, uma cozinha, uma sala de estudo, uma sala comum, uma lavandaria, e uma zona exclusiva para o cartório.
Para já, deixamos-lhe algumas imagens da obra, bem como da planta da casa paroquial.

ALMOÇO NO DOMINGO GORDO

No passado dia 22 de Fevereiro, domingo gordo, decorreu no Vale da Pedra mais um almoço-convívio. À semelhança de anos anteriores, a nova comissão da capela organizou um almoço de Carnaval com a finalidade de angariar fundos para a capela. Neste encontro estiveram cerca de 380 pessoas, um número que reflecte bem o sucesso deste almoço.


SANTA BÁRBARA COM A BOLA NOS PÉS...

INFANTIS

Vitória Folgada (Santa Bárbara 7, Alcanadas 0)
Um jogo com uma vitória folgada, óptimo para moralizar os atletas, na véspera de um jogo difícil.
Foi um jogo de sentido único em que a equipa da casa demonstrou ser superior, apesar de falhar várias oportunidades. Ao intervalo já vencia por 2-0. Na segunda parte, a tendência manteve-se e os golos surgiram com naturalidade até ao resultado final.
De realçar que, da parte do adversário, as ameaças ficaram-se por uma bola foi ao poste na primeira parte e uma defesa da guarda-redes da casa já na parte final do encontro. O jogo decorreu no dia 1 de Fevereiro no polidesportivo da A.C.D. Santa Bárbara.
Jogaram - Sara, Mica, Rafael, Luís, Mafalda e Diogo
Marcaram – Mica (1), Rafael (2), Luís (2), Diogo (2)

Resultado injusto nos Barreiros (Barreiros 10, Santa Bárbara 1)
No passado dia 15 de Fevereiro, fomos até aos Barreiros para mais um jogo. Num jogo à partida desequilibrado, tanto pela qualidade como pela quantidade do plantel, a Santa Bárbara tentou equilibrar o jogo dentro do campo, apesar de sofrer um golo nos minutos iniciais, talvez devido a algum nervosismo dos jogadores forasteiros. Apesar da contrariedade, a Santa Bárbara manteve-se uma equipa unida e solidária em campo, e dispôs de três boas oportunidades para fazer o golo, mas foram os da casa a consegui-lo num contra ataque rápido.
No início da segunda parte os Barreiros entraram melhor, com muitas movimentações ofensivas, marcando assim três golos nos primeiros cinco minutos. Com o avolumar do marcador, os jogadores da Santa Barbara deixaram de acreditar num bom resultado e isso traduziu-se na goleada final.
Apesar do score final desnivelado, é de realçar a forma como a Santa Barbara se debateu, principalmente na primeira parte.
Jogaram - Sara, Luís, Micael, Mafalda, Rafael e Diogo
Marcador - Rafael

ESCOLAS DE FUTSAL

Vitória da melhor equipa (Amarense 6, Santa Bárbara 0)
Em Casal do Marra, no dia 1 de Fevereiro, decorreu um excelente jogo de futsal, com as duas equipas com várias oportunidades de golo. O resultado acabou por ser penalizador para a equipa, pois os números talvez tenham sido um bocadinho exagerados. Mas, a equipa do Casal do Marra foi mais forte e esteve mais acertada na finalização. De salientar a excelente exibição do guarda-redes André, que esteve num nível muito elevado, com várias defesas de alto grau de dificuldade.
Equipa Inicial: André, Daniel, Artur, Miguel e Gonçalo.
Jogaram ainda João, Leandro e Eduardo.

Empate com sabor a pouco (Santa Bárbara 2, Segodim 2)
Finalmente um domingo de sol, óptimo para a prática desportiva. O jogo começou praticamente com o resultado em 0-1 devido ao golo madrugador da equipa adversária. Com o decorrer do jogo, a equipa da casa procurou o desejado empate que viria a surgir por Leandro, num lance de insistência junto da baliza adversária. Após o tento da igualdade, surgiram várias oportunidades de golo para ambas as equipas em lances de contra ataque, tornando o jogo bastante interessante para o público. Na fase de maior ascendente da equipa da casa, o Segodim obteve o segundo golo em lance de ataque rápido. Apesar de se encontrar em desvantagem, a equipa da Santa Bárbara não baixou os braços e após algumas oportunidades marcou o golo de empate, novamente através de Leandro que tinha acabado de entrar. O jogo prometia muito mais mas, infelizmente, o tempo acabou e o árbitro deu por terminado o encontro. A partida decorreu em Chã da Laranjeira no dia 15 de Fevereiro.
Santa Bárbara: André, Artur, Daniel, Miguel Ângelo e Leandro (2).
Jogaram ainda: Gonçalo, João e Eduardo.

ACÇÕES DE ESCLARECIMENTO E SENSIBILIZAÇÃO

No dia 12 de Fevereiro decorreu, na escola de 1º ciclo de Souto da Carpalhosa, uma sessão de esclarecimento para pais e encarregados de educação sobre o tema “A relação pais/filhos”, dinamizada pelo Dr. Adelino Antunes. Esperamos que os presentes tenham gostado, pois consideramos que foi muito oportuna e enriquecedora. Agradecemos a presença de todos.
No dia seguinte, 13 de Fevereiro, recebemos na nossa escola a nutricionista Sónia Rodrigues, do Centro de Saúde Dr. Gorjão Henriques, que nos veio falar acerca da alimentação saudável. Os alunos foram sensibilizados para a necessidade de praticar uma alimentação correcta. Concluíram que é importante escolher alimentos de todos os sectores da roda dos alimentos, fazer refeições variadas, evitar alguns alimentos e respeitar regras de higiene alimentar.

As professoras

COLÉGIO DR. LUÍS PEREIRA DA COSTA REPRESENTA LEIRIA

O Colégio Dr. Luís Pereira da Costa, Monte Redondo, foi a escola seleccionada para representar o município de Leiria na 1.ª Bienal de Arte Jovem.
Integrado no projecto de Sensibilização Ambiental RESID’ART, a 1.ª Bienal tem como âmbito de actuação a temática dos resíduos sólidos urbanos associada à exploração do património natural. Resulta de uma parceria entre a Direcção Regional do Instituto Português da Juventude do Centro, o Governo Civil de Castelo Branco, o Governo Civil de Leiria, os Municípios da Região Centro e a Associação de Formação Ambiental e Florestal.
No passado dia 13 de Fevereiro realizou-se, no Colégio Dr. Luís Pereira da Costa, uma acção de formação junto da turma participante, subordinada ao tema “Se o Planeta quero ajudar os resíduos terei que separar”, desenvolvida pela Associação de Formação Ambiental e Florestal.
Os alunos encontram-se já a trabalhar no seu projecto, tendo seleccionado o esquilo vermelho para a execução da sua escultura.
Este projecto pedagógico destina-se a alunos dos 10 aos 12 anos, e restringe-se a uma turma por município, culminando com uma mostra ambiental das esculturas construídas, no dia 5 de Junho, em Castelo Branco.

TRABALHOS DA JUNTA

Durante o mês de Fevereiro, foram vários os trabalhos realizados pela junta ao longo de toda a freguesia. Desses mesmos trabalhos conta-se o espalhamento de “tout-venant” no armazém da junta (em construção), limpeza de sarjetas no lugar do Souto, melhoramento de Caminho das Picotas, limpeza de ruas na Carpalhosa, poda de árvores junto à EN109, em Várzeas e também nos lugares de São Miguel e Vale da Pedra, mudança de palmeiras na Charneca do Nicho, melhoramento de caminho com “tout-venant” no lugar da Marinha, espalhamento de “tout-venant” pelos lugares de Salgueiro, Moita da Roda, Assenha, Arroteia, São Miguel e Souto. Também no decorrer deste mês foi colocada massa asfáltica em alguns buracos nos lugares de Souto, Picoto e Casal Telheiro. Foi ainda construído um triângulo rodoviário, no lugar de São Miguel e, em volta do armazém da Junta de Freguesia, procedeu-se à movimentação de terras.

ARMAZÉM DA JUNTA JÁ SE VÊ

No lugar do Souto, mais precisamente na Rua dos Pereiras, já é visível o armazém da Junta de Freguesia. O armazém, construído no terreno do poço da fonte, surge da necessidade de ter um local seguro para guardar os materiais e equipamentos da Junta de Freguesia.
Com uma área de 500 metros quadrados, existe o propósito, segundo o executivo da junta, em deixar a primeira fase cumprida até ao final de Março.
Neste momento, e para quem ali passar, já é visível toda a estrutura desta mesma obra.

IDOSOS EM SEGURANÇA

Quem já ouviu falar da falta de segurança sénior? E de falta de segurança infantil? Actualmente, são cada vez mais os “contos do vigário” que enganam e roubam idosos. Os incêndios em casa de pessoas com mais idade resultam sempre de uma pequena distracção ou descuido e, infelizmente, duplicam de dia para dia.
É por isso que hoje, mais do que um artigo de opinião, quero que este artigo se transforme num alerta de sensibilização, quer para as pessoas com mais idade como para as pessoas de menos idade. Enfim, apelo a todos nós! Afinal a segurança é responsabilidade de todos. E também sua!

Deixo por isso aqui alguns conselhos de segurança, nomeadamente de forma a evitar todos os amigos do alheio:

Na rua
- Transporte consigo apenas o dinheiro necessário.
- Evite o uso de forma visível de: de objectos de valor, de carteiras na mão ou até num bolso mais “acessível”.
- Evite circular sozinho na rua, principalmente de noite.
- Procure não dar informações sobre a sua vida a pessoas estranhas.
- Transporte as malas e sacos do lado oposto à faixa de rodagem.
- Circule sempre pelo lado interior dos passeios.
- Mantenha, nos transportes públicos, a carteira e outros bens junto de si.
- Não se deixe convencer e informe a polícia, se for abordado com uma conversa do tipo “conto do vigário”, propondo a troca de escudos por euros ou algo semelhante.

Em Casa
- Deixe as portas e janelas fechadas sempre que sair.
- Coloque um óculo e uma corrente de segurança na sua porta.
- Não deixe entrar pessoas suspeitas ou desconhecidas, sem ter a certeza de quem são.
- Tenha sempre à mão os números de telefone para poder comunicar com alguém, principalmente com a polícia.
- Informe a polícia da sua zona, quando se ausentar de sua casa, por vários dias.

No entanto, em casa podem ocorrer outros riscos, como por exemplo acidentes domésticos ou até incêndios. Por isso:
Elimine os obstáculos do chão, por exemplo: fios eléctricos, plantas, tapetes altos ou soltos.

Porque a sua segurança também depende de Si!
Esteja atenta a estes conselhos.
Seja feliz! Faça alguém feliz!

Gastão Crespo

COMO BRINCAVAM AS CRIANÇAS (PARTE I)

Não tenho a faculdade dos talentosos contadores, nem disponho das qualidades necessárias a essa prática, mas como gosto de escrever, quis, modestamente, historiar mais um facto do meu conhecimento, que parece ficção mas não é, nem crónica extraída de revista, não faria sentido, nem teria o mesmo valor!
Não deixo de sublinhar que as histórias, sendo bem contadas, sensibilizam vantajosamente quem as lê, despertam mais curiosidade mesmo sendo simples. Não importa o conteúdo, o que interessa é a maneira como se apresenta.
Dom que me desfalca quando escrevo. Por mais verdades que atire ao papel, não conseguem persuadir, não possuem a força necessária para o intercurso pretendido, sobretudo junto dos monstros contemporâneos!
Assim, e refugiando-me do frio que lá fora se faz sentir, passo o meu tempo sentado face ao meu bloco de manuscritos e, à minha maneira, conto uma história verdadeira daquelas que vivem as crianças na idade primo-escolar, sem emoções fortes, antes pelo contrário, exprimem simplicidade e ao alcance de qualquer leitor, mesmo os mais novos, à condição de não imitarem nunca o desfecho das narrativas que vou contar…
Nos meados do século XX, vivia no Souto da Carpalhosa um garoto que sonhava maravilhas durante as noites escuras dos longos e aborrecidos Invernos quando dormia embrulhado num velho e espesso cobertor e ainda uma manta de retalhos por cima, deitado sobre uma esteira de palha a servir de colchão. O quarto onde “chonava” nos primeiros anos da sua infância era escuro, com uma minúscula janela sem vidros. Fechava-a ou abria uma portinhola de madeira, mal passava a claridade que lhe permitisse ver para se vestir desde que ganhou essa autonomia, calçar-se não era hábito, não tinha com que, por conseguinte, andava sempre descalço!
Quando chegou à idade de frequentar a escola, sua mãe ordenou que mudasse para um quarto com mais luz onde podia fazer os deveres escolares. Dois anos passaram, e, como qualquer garoto na sua idade gostava de brincadeira, mas não era fácil encontrar um consórcio fora dos recreios na escola! Em casa, depois dos deveres escolares devidamente cuidados, surgiram as tarefas de obrigação familiar: enquanto diz fizesse, deveria ir à fonte buscar uma bilha de água para o consumo habitual e depois juntar umas ervas para dar aos coelhos, brincaria, então, se o tempo sobejasse.
A tentação era grande quando ouvia os catraios da sua idade nas proximidades, mas lhe era permitido sair das imediações, limitava-se a brincar só!
No pátio da casa onde vivia com os pais e os irmãos, que eram já adultos, havia uma velha oliveira, já poucas azeitonas dava, mas as que produzia eram grossas e de excelente qualidade para comer, razão porque a mantinham bem estimada apesar dos anos que tinha.
Atraído pela forma que suas braças ostentavam, o nosso miúdo lembrou-se de arranjar sobre elas um disparatado divertimento: com o auxílio de algumas tábuas velhas que encontrara no palheiro existente por detrás da eira, onde habitualmente secavam os cereais, também guardavam aí as batatas e as maçãs estendidas pelo chão, bem entendido não era um local de movimentos constantes, mas quis o atrevimento infantil do pequeno encontrar aí o que imaginou para a construção de um campanário, a realizar sobre o tronco e braças da velha oliveira.
A imaginação era forte, deveria ser concluída o quanto antes. Não impedia os deveres relacionados à escolaridade, mas reconhecendo as reacções dos familiares, o puto anteparava-se de precauções. Calculou todas as peças necessárias à construção da presumível plataforma, a qual instalou servindo-se, igualmente, de alguns pregos encontrados nas reservas utensiliares de seu pai! Seguidamente, imaginou um sino e como deveria instalá-lo. Como não encontrava objecto similar, inventou. Uma roda de madeira colocada horizontalmente na ponta de um pedaço de cana e uma travessa em forma de cruz, duas pequenas diagonais que sustinham verticalmente o mesmo engenho, colocou-o entre duas braças de oliveira em forma de “V” de modo a poder balançar como balançava o sino da igreja que da sua casa podia ver, ouvir e admirar. Concluídas as instalações, faltava agora movimentá-las. Como? Aí vai disto!

(Continua na próxima edição).

Albino de Jesus Silva

O SOBREIRO

Ao aproximarmo-nos do centro do Souto da Carpalhosa surgem-nos os dois mais importantes elementos do nosso património cultural, isto é, as principais marcas que nos chegaram dos nossos antepassados. É bom lembrar que não é por acaso que a palavra “património” vem da palavra “pais”.
Refiro-me, evidentemente, à Igreja e ao belo sobreiro existente no início da escadaria que lhe dá acesso. São dois bons exemplos de preservação do que chegou, depois de vários séculos, aos nossos dias. E, é bom lembrar, um povo sem memória e referências só muito dificilmente poderá sobreviver. Esse, aliás, é um dos maiores combates que se colocam aos professores e alunos das nossas escolas, sem esquecer a indispensável colaboração dos agentes culturais.
Fiquei agradavelmente surpreendido com as obras de melhoramento da área envolvente da Igreja, recuperando um espaço nobre desde há alguns anos ocupado por construções de gosto mais que duvidoso. Os responsáveis pelo trabalho agora realizado estão, naturalmente, de parabéns. Ele fez sobressair a sóbria beleza da Igreja, a que dedicaremos uma das próximas crónicas, e as linhas harmoniosas da bela árvore que só uma natureza generosa pode desenhar.
Encontramo-nos, pois, perante os dois mais importantes símbolos do Souto. Ambos tão diferentes e sedutores, dignos merecedores das honras populares. A Igreja, como figura tutelar da comunidade, atravessa o tempo e as gerações que nele se sucedem e a ela se acolhem. O sobreiro, por sua vez, simboliza o respeito e a ligação dos homens com a natureza.
A unir os dois monumentos, chamemos-lhes assim, está o espaço sagrado em que se integram. E, mais importante que tudo isso, sempre nos lembramos deles nos seus lugares, companheiros mudos, mas presentes.


Orlando Cardoso
(
orlandocardososter@gmail.com)

HABITANTE DAS VÁRZEAS COMPLETA 98 ANOS

Manuel Gaspar Miúdo, residente em Várzeas, casado com Argentina Pereira Rodrigues, completou no passado dia 24 de Fevereiro 98 anos. Apesar da avançada idade, Manuel ainda se encontra totalmente consciente e é muito raro vê-lo sem um sorriso nos lábios. Mesmo com esta idade, as pernas ainda lhe permitem caminhar até à pastelaria, onde vai frequentemente comer um bolinho e beber o seu galão.
O NOTÍCIAS DA FREGUESIA deixa aqui os votos de muitas felicidades.

PRIMÁRIA DO SOUTO DESFILA NAS RUAS DO LUGAR

A escola E.B.1 de Souto da Carpalhosa fez o seu desfile de Carnaval pelas ruas do lugar no passado dia 20 de Fevereiro. Mil e uma cores, pinturas, muitos sorrisos, confetis e serpentinas, princesas, piratas, palhaços… as ruas do Souto encheram-se de vida durante o pequeno desfile. Deixamos aqui alguns momentos a recordar.

SANTA BÁRBARA ESPALHA CHARME

Era a única equipa mista no meio de outras 12. Uma menina loira, a Rafaela, e uma morena, a Inês, eram as únicas meninas a competir no 3.º Encontro de Futebol de Rua promovido pela Associação de Futebol de Leiria.
O encontro decorreu em Leiria, no passado dia 28 de Fevereiro e reuniu muitas crianças em prol de uma modalidade desportiva: o futebol. Às crianças de 5 e 6 anos, os protagonistas dos campos e balizas improvisados, não se podia exigir profissionalismo, apenas respeito pelo adversário e divertimento. Assim foi.
Numa manhã em que o sol esteve um pouco envergonhado, o largo do Papa Paulo VI encheu-se de crianças e insufláveis para o divertimento dos mais novos.
O NOTÍCIAS DA FREGUESIA esteve a assistir aos jogos com que se defrontou a equipa da freguesia do Souto da Carpalhosa, a A.C.D. Santa Bárbara. Beneditense, Unidos e Marrazes, foram as três equipas a encarar. Segundo Raul Caetano, estes jogos servem para as crianças terem um primeiro contacto com o futebol. “São crianças que não conhecem minimamente as regras de jogo e isto é uma forma de lhes dar a conhecer”, refere.
Rafaela, de cinco anos, disse ao jornal que gosta muito de jogar à bola e que não gosta de bonecas. “Dou-me bem com todos os meninos e não tenho medo de jogar à bola com rapazes, porque a minha irmã também joga só com meninos”, disse.
No final de cada jogo, e na hora dos cumprimentos finais, as meninas da Santa Bárbara eram as primeiras a serem cumprimentadas – e de forma bem concorrida – pelos seus adversários. A equipa pode não ter ganho em golos, mas em charme, foi a vencedora.




RECORDAR EX-COMBATENTES

A Junta de Freguesia está fortemente empenhada em proporcionar, no decurso deste ano, um encontro de Ex-Combatentes da Guerra do Ultramar. É nosso propósito que este encontro não seja mais do que um momento de convívio entre todos.
Simultaneamente a este acontecimento, queremos também homenagear os que nela pereceram, construindo um memorial onde constem os seus nomes.
Para dar mais brilho a esta iniciativa, queremos fazer uma exposição fotográfica. Desta forma, e de modo a que seja concretizável, pedimos a colaboração de todos – ex-combatentes e familiares - no sentido de nos facultarem, a título de empréstimo, uma ou duas fotografias, para que e com a vossa autorização, seja possível fazermos uma reprodução das mesmas, devolvendo de seguida os originais. A Junta de Freguesia do Souto da Carpalhosa considera esta exposição de todo o interesse, uma vez que irá servir de memória às gerações vindouras.
Para que este encontro seja de facto um acontecimento na freguesia, será necessária a participação de todos os ex-combatentes. Como compreenderão, a Junta de Freguesia não tem conhecimento de todas as pessoas que andaram no Ultramar, solicitando assim que se inscrevam na Junta, sendo portadoras das fotografias - quem as tiver - para a concretização da exposição.
Quanto à data de realização deste evento, oportunamente a junta dará notícias e, qualquer esclarecimento poderá ser solicitado nas nossas instalações.
Depois do SMAS ter colocado nos fontenários a indicação de águas não controladas, temos vindo a ser questionados, com alguma frequência, se houve alteração na sua qualidade. A junta informa que se tratou de um procedimento administrativo, da parte daquela entidade, uma vez que é quem tem a responsabilidade no abastecimento de água e de garantir a sua qualidade. Pensamos que a qualidade da água se mantém inalterada. Contudo, e para ficarmos tranquilizados, vamos mandar realizar análises à água dos principais fontenários e, oportunamente, daremos conta dos seus resultados.

José Carlos Gomes

POBRES E RICOS

Recordo, com bastante clareza, a imagem do “Tisquim de Caxarias”, um pobre velho, supostamente chamado Joaquim, com um velho saco aos ombros e que semanalmente passava pela minha terra pedindo esmola. Uma ou outra vez, consoante a hora, pernoitava num palheiro ou barracão em que lhe era permitido fazê-lo. Éramos crianças mas não me recordo de alguma vez dele termos tido medo, era pessoa que já fazia parte do quotidiano da terra, não havendo qualquer pejo em o chamar para casa para lhe dar um prato de sopa ao jantar (que agora é chamado de almoço). O “Tisquim” deixou de aparecer e os pobres batedores de estrada em busca de um prato de sopa nunca mais se viram por lá.
Hoje a pobreza continua a ser uma realidade, com cariz diferente e muitas vezes disfarçada: pobres ostentando sinais de poder e riqueza, e ricos apresentando todos os sinais de nada terem. Uns vivem mal, não podendo ser ajudados por não se conhecerem, os outros vivem mal por não terem a capacidade interior de descobri que se pode viver melhor. Tenho manifestado algumas vezes um discordar das campanhas que apenas se fazem no Natal, não me consta que agora nos preocupemos muito com os outros e ainda não passou um mês, mas sinto uma certa tristeza também quando se faz uma campanha para angariar bens de primeira necessidade para os mais necessitados e depois não é com facilidade que sabemos onde os entregar, porque “uns recusam” outros “não precisam”… A pobreza em si é uma indignidade, mas os mais pobres não deixam de ser dignos e ter muita dignidade. O pior está em não conseguirmos reconhecer as nossas reais necessidades e posses, para pedirmos com dignidade ou vivermos com, usufruindo dos bens que temos.
Fiquei de olhos arregalados quando, há dias, numa ida à Câmara Municipal, estacionei o carro, sem ser preciso que me fosse indicado o lugar pelos arrumadores, o que significa que havia lugares, e na saída vi que um dos que lá estavam a dar aos automobilistas o sinal da presença de lugares livres se dirigiu a um carro estacionado, o abriu retirou papéis do tablier deixando-os no chão, pôs um “ticket” de estacionamento no lugar devido, fechou o carro e se dirigiu para o centro da cidade. Terá ido almoçar… já tinha ganho o suficiente? Óptimo! Terá ido comprar tabaco ou beber um café? Tem todo o direito a isso! Terá ido comprar uma dose de droga? Oxalá que não. Mas a minha questão não passa por nada disso. O meu espanto deve-se ao facto de o carro, que tudo leva a crer era dele, além de pagar o estacionamento apenas a partir do momento em que deixou de “trabalhar” e se ausentou, não ser um carro qualquer, mas um bom BMW com matrícula do ano 2000. Afinal aquele homem é rico ou pobre? Fico com a sensação de mais que um homem pobre é um pobre homem que deve ter (ou ter tido) dinheiro mas o não o sabe (ou não soube) administrar. Quem dera que a nossa pobreza fosse apenas material! Mas o maior drama passa a ser quando ela é mais interior que exterior.

Pe. José Baptista

CANTINHO DO POETA

Amor e fraternidade
São palavras bem escolhidas
De muita intensidade
Mas sempre bem sucedidas

O amor é bom e eterno
Quando assim acontece
É como leite materno
Que se dá ao bebé que cresce

Nossos olhos são duas estrelas
Que permanecem a brilhar
Sem eles não veríamos coisas belas
Em igual não há a igualar

Luzes e cores podemos ver
Ouro, prata podemos tocar
Outros louvores podemos obter
Sem ter muito que lutar.

Ilidia Matos

INVESTIR NA FORMAÇÃO

Reconhecimento e Validação de Competências (RVCC). O conceito não é novo, ainda para mais na nossa freguesia, tal como já demos a conhecer este tipo de formações na edição de Dezembro do nosso jornal (ver edição número 48 do NOTÍCIAS DA FREGUESIA).
Desta vez, o Centro Novas Oportunidades (CNO) do Instituto Politécnico de Leiria está a proceder ao levantamento de interessados em obter validação de competências a fim de realizar, caso haja um número de interessados suficiente, (mais um) processo de RVCC no Souto da Carpalhosa.
O RVCC é um processo que possibilita adultos com mais de 18 anos, que não possuam o nível básico (4.º, 6.º ou 9.º ano de escolaridade) e secundário (12.º ano de escolaridade), o reconhecimento, validação e certificação académica de competências e conhecimentos/saberes adquiridos ao longo da vida (a nível pessoal, social e profissional). Este processo traz como vantagens o aumento de conhecimento e competências, a obtenção de uma certificação escolar/profissional, a possibilidade de continuação de estudos, mais-valia sociocultural, maior facilidade de acesso ao mercado de trabalho e progressão na carreira.
Para obter mais informações acerca desta formação, pode dirigir-se às instalações da sede de Junta de Freguesia de Souto da Carpalhosa, onde lhe será facultado um folheto informativo bem como a ficha para a pré-inscrição. De preferir, também pode solicitar mais informações através do contacto telefónico 244 845 050, ou através do endereço electrónico cno@ipleiria.pt.

SANTA BÁRBARA 100% VITORIOSA

INFANTIS
Vitória suada (Santa Bárbara 4, União de Leiria 3)

O jogo decorreu na Chã da Laranjeira no dia 18 de Janeiro. Apesar das dificuldades criadas pelo adversário, foi um jogo agradável de ver, pela qualidade e entrega demonstrada por ambas as equipas. Um golo da Santa Bárbara, logo a começar, acabou por dar mais confiança, mas a equipa foi traída por um erro defensivo que deu o empate. A equipa continuou a jogar bem no ataque e marcou o segundo. Depois, os jogadores relaxaram em demasia e ao intervalo o resultado já lhes era desfavorável, 2-3. A seguir ao descanso, a equipa entrou determinada a ganhar o jogo e em poucos minutos chegou ao empate. A partir daí foi um jogo muito dividido com oportunidades de golo para ambos os lados. Mas, a cinco minutos do final, o tão desejado golo apareceu que valeu a segunda vitória no campeonato. Nota positiva para o hat-trick de Rafael.

Santa Bárbara: Sara, João, Micael(1), Luís e Mafalda.
Jogaram ainda Rafael(3) e Diogo.
Treinador: Nuno Lopes

Santa Bárbara, Dino Clube
Devido às más condições meteorológicas, o jogo não se realizou.


ESCOLAS
Vitória surpreendente (Arnal 1, Santa Bárbara 2)
Depois do empate no último jogo do ano passado, a equipa de escolas passou um mau bocado na primeira parte deste jogo com a equipa do Arnal, sempre em cima da baliza, tentando marcar um golo que não apareceu, por sorte. Na segunda parte as forças equilibraram-se. Houve várias oportunidades para cada lado, sem sucesso. A última começou com o golo da equipa adversária, mas a equipa soube reagir e num lance individual de Daniel, que passou por vários adversários, e deu a Miguel Ângelo que se estreou a marcar. Numa recuperação de bola a meio campo, Artur foi isolado para a baliza adversária e concretizou, naquela que foi a primeira vitória da equipa e a primeira derrota da equipa adversária. O jogo decorreu no dia 11 de Janeiro, em Maceira Lis.

Santa Bárbara: André, Artur(1), Daniel, Miguel Ângelo(1) e Eduardo.
Jogaram ainda João e Leandro.
Treinador: Carina Roque

Santa Bárbara, União de Leiria
Devido às más condições meteorológicas, o jogo não se realizou.

"INFORMÁTICA PARA TODOS"

A empresa Gestlink , Sociedade de Formação e Consultoria Informática, está a promover a formação “Informática para todos” a realizar nas instalações da Junta de Freguesia. Esta formação visa a aprendizagem e o aprofundamento de conhecimentos nas áreas de Informática – Microsoft Windows XP, Microsoft Word 2007, Microsoft Excel 2007 e Internet Explorer – e Contabilidade – Documentação, Pessoal, Fiscalidade, Contabilidade e Aplicação Informática.
Esta formação destina-se a toda a população que pretenda adquirir ou aperfeiçoar conhecimentos nas matérias propostas e terá a duração de 54 horas, distribuídas ao longo de quatro meses. Os profissionais da Gestlink comprometem-se a oferecer formação de qualidade, ministrada por formadores licenciados e certificados pelo IEFP. Ao longo da formação será atribuído material didáctico necessário e, no final, os formandos terão acesso a diploma e certificado de frequência. Para obter mais informações sobre esta formação, contacte a Gestlink através do número 244 837 357.

PARÓQUIA COM NOVAS COMISSÕES

O NOTÍCIAS DA FREGUESIA deixa aqui os nomes dos nomeados para as novas Comissões de Capela que estarão em funções ao longo dos próximos três anos.

Souto da Carpalhosa
Agostinho Sobreira, João Duarte, Nelson Duarte e Rui Silvério.

Picoto
José Maria Francisco, Maria Lizete Leal, Hélia Ginja e Emília Duarte.

Vale da Pedra
Sérgio Rosário, Fernando Vicente, António Mendes, Fernando Duarte, Pedro Gaspar, Manuel Duarte e Paulo Pedrosa.

Várzeas
Carlos Rei, Joaquim Francisco, Luís Miguel e Fernando Reis.

Arroteia
Vítor Rodrigues, Leonel Gaspar e José Duarte.

Conqueiros
Carlos Crespo Domingues, Célia Pereira Silva, Luís Manuel Carreira, Susana Cordeiro Remigio, Victor Pereira Oliveira e Virgílio Morgado Jorge.

Carreira

Manuel Figueira, Franklim Francisco, Álvaro João, José Lopes, Álvaro Bregieiro, Domingos Gordo, José Silva, Manuel Domingues, Manuel Catarino e Victor dos Santos.

Moita da Roda
Amílcar Lopes, Vítor Francisco, Adriano Pascoal, Joaquim Santos, Samuel e Lino Santos.

Chã da Laranjeira
Diamantino Pereira, Horácio Patrício, César Pereira, Conceição Antunes, Alexandre Oliveira (Assenha) e Manuel Dâmaso (Assenha).

S. Miguel
(à data de fecho de edição, ainda não havia indicação de nomes para a nova comissão).

RANCHO TEM "CARAS NOVAS"

O Rancho Folclórico Juventude Amigo da Conqueiros já conta com nova direcção. Nesta nova fase o rancho, já bem conhecido da freguesia, conta com Virgílio Agostinho como presidente, José das Dores Pereira enquanto vice-presidente, Luís Carreira como tesoureiro e, como secretária, Patrícia Pereira. Para além destes elementos, a direcção é ainda constituída por Rui Francisco, David Jorge, Raúl Bento, Célia Caetano, Lucília Ferreira e Manuel Crespim Pereira.
Fundado a seis de Outubro de 1977, este rancho faz parte integrante da Associação de Ranchos de Leiria. De 1978 a 1984 este rancho limitou-se a fazer actuações no lugar de Conqueiros e nos locais limítrofes. A partir de 1984 alargou o seu leque de actuações, mantendo, actualmente, uma média de vinte por ano, em romarias, festivais de folclore, entre outras. Do historial deste grupo, faz parte o bem conhecido Festival de Folclore, na freguesia de Souto da Carpalhosa, do qual são organizadores.

MARCO AURÉLIO SOBREVIVE A EXPLOSÃO

Cerca de seis meses depois do acidente, o NOTÍCIAS DA FREGUESIA foi falar com Marco Aurélio Domingues, o jovem de 19 anos que, em Agosto passado, foi vítima de uma explosão numa oficina em Albufeira. Recordamos aqui a história e uma força de viver que o conduziram à vitória.
Numa conversa de café, Marco contou-nos, ainda com alguma dificuldade em recordar o dia 5 de Agosto, como foi que tudo sucedeu. “Estava a ajudar numa oficina de uma empresa em Albufeira quando saltou uma faísca para um bidão de diluente e incendiou-se tudo”, recorda. A partir daí, foi o chão incendiar-se e, por azar, o jovem cai no chão. Marco lembra-se de ver a sua t-shirt a arder. Contudo, e apesar da aflição toda pelo meio, ainda foi ele quem chamou os bombeiros. O resultado foi uma mão e um braço totalmente queimados. Com queimaduras de segundo e terceiro graus no corpo, Marco pediu para ficar inanimado, tal eram as dores que sentia. “Depois, e isto segundo o que me contam, fui de helicóptero para o Hospital de São José, em Lisboa”, relata.
Com queimaduras em 60 por cento do corpo, Marco esteve internado três meses e uma semana na unidade de queimados no Hospital São José. Uma das etapas que mais lhe custou, foi reaprender a andar. Marco conta que “dois meses e três semanas depois do acidente reaprender a andar não foi fácil”. “Emagreci 25 kg! As feridas eram tantas que absorviam tudo de forma a que eu fiquei sem massa muscular”, disse.
Agora, ainda em recuperação, Marco já foi sujeito a cerca de cinco cirurgias plásticas, no mesmo hospital, para regeneração de tecidos, e todos os dias faz fisioterapia.
Em conversa com o jornal, Marco aproveitou para deixar um agradecimento “às pessoas que doaram sangue, tanto aqui como em Lisboa”. Pois, segundo o jovem, foram mais de 25 sacos de transfusão que recebeu.
Quanto ao futuro, Marco espera entrar no ensino superior e prosseguir na área do Marketing.
O NOTÍCIAS DA FREGUESIA manifesta aqui o desejo de rápidas melhoras e um futuro de sucesso.

MISSÃO: SERVIR A FREGUESIA

Depois de três meses com nova direcção, o NOTÍCIAS DA FREGUESIA foi conhecer um pouco o Centro Social e Cultural da Paróquia de Souto da Carpalhosa. Falamos com José Baptista, pároco da freguesia e presidente do Centro Social e com Joaquim Guarda, director de serviços, para conhecer um pouco mais a instituição de solidariedade social. Qual o seu papel na comunidade, quem faz parte dele, quais as suas necessidades, que projectos futuros…
O Centro Social e Cultural da Paróquia de Souto da Carpalhosa existe enquanto instituição de cariz social, tal qual a própria designação o indica, regendo-se pela doutrina social da Igreja. Tal como Joaquim Guarda afirma, o papel do centro “é apoiar as pessoas e a família dentro daquilo que mais precisem”. À semelhança do director de serviços, também o pároco se refere ao papel e à importância da instituição social, uma vez que busca “criar condições para que as crianças e os idosos se sintam acolhidos. Os pais possam ir trabalhar e viver cada dia confiando que os seus filhos e os idosos estão ‘em boas mãos’ e a ser cuidados como pessoas humanas que são”, afirma. Para além destas funções, existem ainda inúmeros apoios que vão surgindo à medida das necessidades e das solicitações provenientes da comunidade, como é exemplo o Programa Comunitário de Apoio Alimentar a Carenciados ou o Complemento Solidário para Idosos.
“É importante que as pessoas saibam que um Centro Social existe para servir as pessoas”, afirma Joaquim Guarda, destacando o papel do Centro Social na comunidade. “O Centro é e será aquilo que as pessoas quiserem que seja”, disse.
Ao longo do ano o Centro Social vai dinamizando várias actividades e iniciativas. “Procura-se que, tanto as crianças como os idosos tenham as actividades possíveis dentro do tempo e das condições que temos”, afirma o presidente. Por altura do Natal, uma quadra tão especial e tão “chamativa” da solidariedade, também são realizadas várias actividades, nomeadamente a habitual festa da creche e jardim, como do lar. No Natal passado, as principais “vedetas” na festa do lar foram “os netos que tiveram a coragem de fazer algumas coisas para os avós, utentes do lar”, conta-nos o pároco.
Quanto ao futuro do Centro Social, o pároco avançou que é intenção remodelar completamente a parte mais antiga do lar, de forma a criar melhores condições no acolhimento e tratamento dos utentes do lar e do Centro de Dia. Outro projecto a avançar, centra-se na realização de um inquérito à população para conhecer as reais condições e necessidades da população.
Ainda sobre o papel do Centro Social no seio da comunidade, e mais especificamente no que respeita ao lar, Joaquim lembra que “em momento algum, o Centro Social substitui o papel da família e os laços familiares”, pois o Centro deve ser visto como um apoio e não uma ‘substituição’. “É importante que as pessoas se lembrem que, por uma pessoa estar num lar, não está esquecida!”, afirma.
Sobre necessidades do Centro Social, o padre José Baptista disse que este “tem as dificuldades que tem qualquer instituição”. “Deveria haver mais dinheiro, para os utentes pagarem menos e poderem manter-se outras valências e prestar-se outros serviços”, disse. Contudo, para o pároco, o Centro Social tem o essencial pois “só actua consoante as suas possibilidades”. Também sobre as carências da instituição, Joaquim Guarda refere que cada vez há mais solicitações junto do Centro Social, algo que se agrava com uma população cada vez mais envelhecida na freguesia. “Há uma necessidade, cada vez maior, de mais respostas”, refere. O director de serviços afirma que, por tudo isto, “há sempre trabalho a fazer e há sempre coisas que são precisas”.
Para um ano que ainda agora está a “arrancar”, José Baptista afirmou que gostaria de ver o projecto de remodelação do lar concluído e que este novo ano trouxesse uma maior interactividade entre o Centro Social e os paroquianos. Contudo, para este, “o ideal seria que o Centro Social não fosse necessário, era sinal de que havia condições de vida ideais”. Por sua vez, Joaquim desabafava que gostaria que “no mínimo 2009 não seja tão difícil como 2008, sobretudo para as famílias” e deixou igualmente o repto para que haja maior união e associativismo entre todos na freguesia. “O Centro Social sozinho não é nada”, finaliza Joaquim Guarda.

Membros da direcção do Centro Social e Cultural da Paróquia de Souto da Carpalhosa
Presidente: Pe. José Baptista
Vice: Francisco Francisco (Conqueiros)
Secretário: José Duarte (Vale da Pedra)
Tesoureiro: Cristina Pereira (Souto)
Vogais: Eulália Duarte (Várzeas) e Rogério Santos (Carreira).

A VOZ DOS UTENTES...
Para conhecer um pouco mais o Centro Social, e o seu papel activo na comunidade, o NOTÍCIAS DA FREGUESIA foi falar um pouco com alguns idosos do Lar do Souto. Se o tema para a conversa era a tão ‘famosa’ crise – o panorama actual e como se vivia noutros tempos – a conversa foi muito para lá do tema previsto, transformando-se numa tarde agradável de partilha. Deixamos aqui um pouco daquela que foi uma tarde bem passada com os mais velhinhos…

Maria Joaquina Armindo, 66 anos, Ortigosa
Maria Joaquina está no Centro de Dia, e ao perguntarmos se havia crise, foi pronta e firme a declarar, “Agora há crise? No meu tempo é que havia crise e passava-se melhor do que agora! Agora anda tudo ‘levado da porra’!”. Durante a longa conversa, Joaquina mostrou-se algo indignada com o panorama actual, pois, para ela, é inconcebível contrair empréstimos para, por exemplo, ir de férias. “Não se tem, não se vai”, afirmou. “Crise… crise… sou do tempo em que uma sardinha era para quatro ou cinco pessoas e a cabeça era para duas!”, relembrou. Mas, Joaquina, apontou ainda o dedo aos responsáveis, dizendo que “nós, pais e avós, é que os habituamos mal…Tentámos dar tudo, e agora somos os maus da fita.” Quanto ao futuro deste panorama, apenas declarou que “por melhor, ninguém espere”.

Maria de Jesus, 90 anos, Chã da Laranjeira
Maria de Jesus está no Lar do Souto há cerca de sete meses. Puxando pela memória, Maria afirma que, no seu tempo, não era assim, “havia crise, mas de outras coisas. Agora tudo mudou, e nada para melhor”. “As pessoas habituavam-se a viver consoante o que tinham: uma couve, uns feijões, uma sardinha… mas que esse tempo não volte nunca mais”, afirmou. Também um pouco saudosista da sua jovialidade, Maria contou que, no seu tempo, todos eram mais poupados. “Passávamos sem ir a uma festa e a nossa melhor roupa era lavada ao sábado para a vestirmos ao domingo. Vivia-se conforme as posses”, declarou.

Aleixo Ferreira, 83 anos, Souto da Carpalhosa
“O que há mais é crise!”, começou logo por afirmar. Sempre muito simpático, Aleixo relembrou um pouco como era a crise há uns anos atrás. “Também havia crise, mas não era como agora, a malta não andava como anda hoje”, disse. Querendo mostrar que todo este cenário é consequência de hábitos, Aleixo afirmou que “as pessoas deviam habituar-se a viver com o que têm”. Quanto ao futuro, quis ser um pouco realista dizendo que “a crise não vai acabar tão depressa. A ver-se fábricas a fechar e o desemprego a aumentar? É rezar e esperar dias melhores”.

Idalina da Silva, 86 anos, Monte Real
Já habituada aos ares do lar, com oito anos de casa, Idalina sussurrou de imediato: “Dizem que ela anda aí…”. Mais uma vez, e falando de crise noutros tempos, veio o exemplo da sardinha. Para Idalina, se antigamente se pecava por defeito, agora é por excesso. “No meu tempo, era uma sardinha para três ou quatro, e todos queriam a cabeça que dava para dois, agora até comem sete ou oito de uma vez!”, conta. Afirmando que as pessoas “querem viver conforme não podem”, Idalina teme que o cenário tende a piorar, pois “os grandes querem ordenados cada vez maiores, e quem não tem emprego… coitado”. “Antes vivia-se melhor. Em minha casa éramos sete e nunca se passou fome. Agora querem só luxos e esquecem o básico, como a comida”, rematou.

O HOMEM E A MULHER

- O Homem é a mais elevada das criaturas, a Mulher é o mais sublime dos ideais!
- Deus fez para o Homem um trono, para a Mulher, um altar. O trono exalta, o altar santifica!
- O Homem é o cérebro, a Mulher o coração. O cérebro produz a luz; o coração, o amor. A luz fecunda, o amor ressuscita!
- O Homem é o génio, a Mulher é o anjo… O génio é imensurável; o anjo, indefinível!
- A aspiração do Homem é suprema glória; a aspiração da Mulher, a virtude suprema… A glória traduz grandeza, a virtude traduz divindade!
- O Homem é forte pela razão; a Mulher é invencível pela lágrima… A razão convence, a lágrima comove!
- O Homem é capaz de todos os heroísmos; a Mulher, de todos os martírios… O heroísmo enobrece, o martírio sublima!
- O Homem é o código; a Mulher, o evangelho… O código corrige, o evangelho aperfeiçoa!
- O Homem é o templo; a Mulher, um sacrário… Ante o templo, nos descobrimos; ante o sacrário ajoelhamo-nos!
- O Homem pensa, a Mulher sonha… Pensar é ter cérebro; sonhar é ter na frente uma auréola!
- O Homem é um oceano; a Mulher, um lago… O oceano tem a pérola que o embeleza, o lago tem a poesia que o deslumbra!
-O Homem é a águia que voa; a Mulher, o rouxinol que canta… Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma!
- O Homem tem um farol: a experiência; a Mulher tem uma estrela: a esperança… O farol guia, a esperança salva!
- Enfim, o Homem está colocado onde termina a Terra; a Mulher, onde começa o Céu!

Autor: Victor Hugo
Enviado por: Serafim dos Santos - Conqueiros

ESTE ANO VAMOS A VOTOS!

O ano de 2009 é, como já é sabido, “rico” em eleições. Contam-se as autárquicas, legislativas e europeias.
A 7 de Junho de 2009 realizam-se as eleições europeias, das quais sairá a legislatura que vigorará até 2014. Tal como diz Hans-Gret Pöterring, presidente do Parlamento Europeu, “as eleições europeias são um acontecimento único e um exercício de democracia transnacional”. Aproximadamente 375 milhões de eleitores dos 27 Estados-Membros da UE vão às urnas para eleger um Parlamento único ao serviço de todos os cidadãos da União Europeia.
Segundo o eurobarómetro - sondagem – realizado pelo Parlamento Europeu, “cerca de três em cada quatro Europeus declaram-se, em geral, mal ou muito mal informados sobre o Parlamento Europeu, taxa que, de resto, é quase idêntica em todos os Estados, sejam eles antigos ou novos Estados-Membros.”
Mais: “a maioria dos Europeus confessa não saber quantos deputados do seu país compõem o Parlamento e estão convictos de que as decisões são sobretudo tomadas em função dos interesses nacionais dos deputados e não em função das afinidades políticas”. No caso concreto de Portugal, são eleitos 22 deputados.
Para além disso, três quartos dos cidadãos europeus declaram não conhecer a data das próximas eleições europeias. Dos inquiridos, apenas 10% responderam "2009" e só 2% especificaram que estas teriam lugar em "Junho de 2009".
O presidente do Parlamento Europeu relembra, na mensagem dedicada a este acto eleitoral, que “as pessoas votam para exprimir as suas opiniões políticas e eleger políticos que reflictam esses pontos de vista e actuem em conformidade”.
Por tudo isto, esteja atento, informe-se e não fique alheado ao que se passa à sua volta. Manifeste-se, vote.

YES, WE CAN!

“Sim, nós podemos”. Esta é a frase mais escutada nos últimos tempos e acredito que irá ser perpetuada por muitos anos.
Ao longo do 2008 procurei abordar a temática infantil, pois enquanto pai, confesso que o tema das crianças ganha mais interesse e, neste sentido, foram vários os textos que transpareceram a minha preocupação como pai, nomeadamente os textos sobre a segurança infantil, a regras de segurança, a segurança escolar, a segurança alimentar, etc.
No ano 2009 quero alertar as consciências para uma franja da população que também muito me preocupa e que se encontra muito desprotegida, por vezes até abandonada. A quem nem sempre se lhe é dado o devido valor.
Lembrando um pouco a nossa origem, foram eles que nos geraram, nos criaram e quantas noites deixaram de dormir por nós. Quantas feridas cuidaram, quantas vezes nos aconchegarem ou mesmo para nos alimentarem?
A propósito disso, faço um apelo. Reflictam se podemos ou devemos dar melhor qualidade de vida aos nossos pais e aos nossos avós. Será que eles merecem ver o carinho que nos deram ser retribuído?
“Sim, nós podemos”, foi esta a frase mais ouvida naquela altura que decidiram dar-nos vida. Quando nascemos, foi a primeira frase que os nossos pais disseram.
“Sim nós podemos”, foi a frase que ao longo dos anos ouvimos dos nossos pais, que nunca desistiram e estiveram sempre connosco. Sem nos apercebermos, muitas vezes da sua presença, lá estavam eles a dar-nos força e coragem para “andar”… para “viver”!
Tomar conta dos nossos pais é uma questão de justiça e de igualdade. É justo que agora sejamos nós a acarinhá-los, quando eles mais precisam. É uma questão de igualdade porque o bem que eles nos deram, temos agora a oportunidade de lho retribuir.
Acompanhar os idosos é uma vantagem acrescida, porque ao mesmo tempo que lhes retribuímos o bem-estar, eles dão em troca a sua sabedoria, os seus conhecimentos, as suas histórias. Enfim, continuam ainda a partilhar gratuitamente connosco o seu saber e o seu carinho. Os avós são os maiores sábios.
Em 2009, desafio todos a navegarem o vosso barco da vida, com a tripulação completa. Levem convosco toda a vossa família incluindo os avós, e verão que no meio da tempestade a sua sabedoria poderá ser uma grande ajuda. Eles serão os primeiros a dizer “Yes, we can”.


Gastão Crespo


MORREU A LAURINDA!

O telefone tocou bem cedo, eram cerca de oito horas da manhã. Do outro lado uma voz amiga dava uma notícia terrível. O Rogério, com a voz emocionada, comunicava-me que tinha morrido a Laurinda.
Embora desde há muito a doença fizesse adivinhar que um dia teríamos este desfecho, havia sempre a esperança de que a força daquela mulher excepcional conseguiria vencer as adversidades e traições que a vida e a saúde lhe pregaram. Mas um dia o corpo não resistiu mais e a morte veio.
Conheci a Laurinda ainda criança, era ela amiga e companheira de brincadeiras e de escola da minha irmã. Já revelava, por esses dias, alguns dos traços que marcaram, para sempre, o seu carácter: a alegria de viver, a perseverança e, acima de tudo, a solidariedade com que tratava os outros.
As andanças das nossas vidas não permitiram que tivéssemos uma convivência tão próxima como gostaríamos. Mas isso não enfraqueceu, de modo nenhum, a amizade que nos ligou e às nossas famílias desde sempre.
Por tudo isso doeu e dói a morte da Laurinda, agora que já passou mais de mês desde o fatídico telefonema do Rogério, seu marido e bom amigo também. Por tudo isto, esta é uma crónica para o nosso jornal que eu gostaria de nunca ter escrito e em que cada palavra dói como uma farpa.
Foi uma mulher de causas a que se entregava de coração e de alma. A sua força vinha-lhe da convicção com que acreditava no que era, ou não era, justo. Estava sempre disponível para o apoio aos outros, principalmente os mais frágeis, os idosos. Era uma pessoa controversa, naturalmente, como o são as pessoas participativas e interventivas na vida cívica. Essa era das maiores qualidades que tinha e nela apreciava. Personagem vertical, assim se manteve até ao fim.
A Laurinda morreu e a Igreja do Souto foi pequena para aqueles que dela se quiseram despedir. Ao Rogério e aos dois filhos que deixou, nada mais posso enviar-lhes além do meu abraço.

Orlando Cardoso
(
orlandocardososter@gmail.com)

VACAS LEITEIRAS AO ABANDONO!

Nós, os (e)migrantes, continuamos sob a mesma efígie de sempre: sem razão, sem direitos, sem estatuto e sem Pátria!
Não é bem assim, mas quase.
Seria necessário o jornal inteiro para esclarecer o que vai e não vai com os expatriados, o que já fomos, já não somos, mas continuamos, na aba do sistema governamental. Gostaria de saber uma vez para sempre em que patamar nos colocam as senhoras e senhores deputados da Assembleia da República?
Como disse, seria necessário muito espaço para as questões que gostaria de colocar, igualmente para as respostas, que esperamos e não chegarão jamais, sobre direitos, educação, equivalências, seguros, legalizações, repatriamento, etc.
A maioria, para não dizer a totalidade, dos portugueses emigrados não vivem envergonhados lá onde se encontram e trabalham, reabsorvem as dificuldades, não se poupam a sacrifícios, mas apreciam as recompensas!...
A inditosa ditadura que conhecemos e obrigara os portugueses a fugir de Portugal, já findou em 1974! Queria lembrar aos senhores deputados que não conheceram esse tempo, ou não se lembram porque eram ainda “putos”, que esses arrojados homens sem estatuto e desclassificados fugiram à fome, à guerra e à miséria que pairava sobre nós, portugueses!
Poucos, muito poucos, sabiam o que era um salário com “caixa de previdência” e, não obstante a perseguição mantida contra todos os que se atreviam sair, as receitas que mandassem para as famílias começarem a ser prodígio para a economia nacional. Durante largos anos os mesmos aforros dos emigrantes serviram de aval aos soldados e outros enviados para o então Ultramar Português. A continuação do envio de remessas, foram a salvação nacional no pós 25 de Abril!
Felizmente, penso ainda e quero acreditar que a democracia se instalou para durar.
É a minha opinião, depois de todo o tempo ausente nunca esqueci o meu país, como opinam certamente milhares de compatriotas na minha situação. Por consequência, gostaria de sentir o mesmo dever, a mesma consideração de cidadão, usufruir os mesmos direitos de residente desde que possuam um B.I. actualizado, e não haver nunca renunciado a minha nacionalidade.
Porque razão devemos nós ser excluídos do voto legislativo?
Será que os nossos representantes incomodam tanto assim?
Será que a Europa sirva só para dar e não tenha nada para receber?
Porventura não pagam os emigrantes aquilo que consomem?
(Incomodam, por falarem alto e noutras línguas, bem hajam)
Esperamos, que mais dia, menos dia os senhores ministros não venham às rádios e televisões solicitar apoios aos mesmos sacrificados de sempre.
Com certeza, os emigrantes têm direito a votar, e, desfalcados como foram das proximidades consulares, concedam-lhes os meios de voto por correspondência.
Quanto às senhoras deputadas que manifestam o seu desacordo, convido-as a cogitar, encontrem o sistema fiável para a consulta, sem prejudicar quem vota, na boa fé.
Não para isso que são pagas?

Albino de Jesus Silva
(Ex-dirigente associativo, emigrante em França há 45 anos).

SOPAS, SOLIDARIEDADE E ANIMAÇÃO

Foi nos dias 24 e 25 que o agrupamento de escuteiros 1112, de Souto da Carpalhosa, comemorou o seu décimo terceiro aniversário.
No primeiro dia, sábado, a festa começou com a missa de agrupamento, seguindo-se um jantar partilhado e, mais tarde, a animação com o Fogo de Conselho.
No domingo, segundo e último dia de comemorações, a festa começou bem cedo com a recolha de sangue logo pela manhã. A afluência a esta recolha de sangue, deixou bem claro o espírito solidário da comunidade envolvente, pois, segundo o NOTÍCIAS DA FREGUESIA apurou, foram 106 os inscritos para a doação de sangue, ultrapassando, em largo número, recolhas anteriores.
Depois da recolha de sangue, há que recuperar forças. E para tal, nada melhor do que um Festival de Sopas para aquecer o corpo e alma num dia frio de Inverno. Sopa de vaca, canja, sopa da pedra, sopa de grão e bacalhau, caldo verde, sopa de agrião e creme de legumes, havia sopas para todos os gostos. Por apenas cincos euros, cada pessoa obtinha uma tigela e podia comer de qualquer sopa, quantas vezes quisesse. “As sopas estão muito boas, mas eu só comi duas, da pedra e de peixe. Já não há espaço para mais”, disse José Manuel, da Carreira.
O Festival de Sopas teve tal afluência que, se o previsto era decorrer na sede dos Escuteiros, a verdade é que tiveram de mudar tudo, à última hora, e ir para a cave do lar do Centro Paroquial por falta de espaço. O NOTÍCIAS DA FREGUESIA esteve lá e, sem grandes dúvidas, também estiveram mais de 200 pessoas.
Segundo Armindo Bento, Chefe do agrupamento, a festa de aniversário “excedeu as expectativas”. E nem o mau tempo que se fez sentir ao longo do dia afastou a comunidade. “Quando o tempo é pior, as pessoas aderem mais”, disse Armindo. O Chefe do agrupamento, que já “veste a camisola” há 12 anos, recordou um pouco as dificuldades por que passa o escutismo na actualidade. “Os escuteiros são uma instituição que perde menos, mas também perde, se formos a ver estatísticas a nível regional, nacional ou até mesmo mundial”, disse, referindo-se à entrada de novos elementos para o escutismo. Contudo, a apesar das dificuldades por que tantas vezes passam, uma coisa é certa: “o espírito mantém-se”.
Veja alguns registos fotográficos na edição em papel do nosso jornal.

ESCUTEIROS (EN)CANTAM NA FREGUESIA

Pela primeira vez, o agrupamento de escuteiros do Souto da Carpalhosa saiu à rua para cantar as janeiras. Com o propósito de angariar fundos para poderem participar no Jamboree açoreano, e também para animar as casas pela freguesia fora, exploradores e pioneiros (secções dos escuteiros) saíram à rua com violas em riste e vozes bem afinadas.
O cantar das janeiras decorreu aos fins-de-semana (sextas, sábados e domingos) durante o mês de Janeiro, e vai prolongar-se até ao primeiro fim-de-semana de Fevereiro.
No dia em que o NOTÍCIAS DA FREGUESIA decidiu sair à rua para acompanhar os jovens nestes cantares, a condições meteorológicas não permitiram que as janeiras saíssem à rua. Neste dia, S. Miguel seria a localidade contemplada, mas a chuva e o vento não deixaram. Também Conqueiros, Moita da Roda, Souto e Carreira foram localidades que puderam receber estes jovens. Para finalizar, está prevista a actuação em Várzeas.
Segundo o chefe Filipe Sousa, a aceitação por parte da população foi “óptima”. “As pessoas ficam muito contentes e pedem para no próximo anos voltarmos”, relata. Contudo, como pretendem sempre percorrer muitas habitações, “o convívio nunca é tanto como se gostaria”, conta Filipe.
Este ano, o Jamboree açoreano foi o mote para os escuteiros irem para a rua. Contudo, Filipe Sousa refere que “é nosso objectivo começar a fazer isto todos os anos”.