POR TERRAS TRANSMONTANAS

Obrigado Ricardo! Quero começar desta maneira este meu expresso, agradecer-te pelo memorável passeio que nos proporcionaste no passado mês de Agosto. Vou dizer-te porquê: as terras onde nos levaste são por natureza abastadas de coisas lindíssimas e os visíveis rochedos de granito completam a beleza das paisagens, fortalecendo simultaneamente as populações.
Escusado será dizer que os jacentes penedos contribuíram heroicamente ao engrandecimento da nossa história, são por conseguinte monumentos nacionais que eu ainda não tinha visitado!
Fiquei deveras pasmado a olhar a vastidão, a grandiosidade e o particular carinho como se encontram tratadas as parcelas rurais. Nesta girata senti a sensação de volta atrás 50 cinquenta anos na época actual quando atravessámos aquelas imensidões de colinas, admirando até perder de vista, deslumbrado pela extrema beleza das plantações de amendoeiras e oliveiras carregadas com seus frutos, a revelar os cuidados que usufruem dos quais já tinha ouvido falar mas não conhecia.
É impressionante ver este espaço no alto interior transmontano de Vila Flor a Alfândega da Fé em reduzida porção populacional e as beldades que nos ostenta.
Porquê comparar a cinquenta anos atrás no tempo? Pois, se bem me lembro, nessas alturas também estavam assim amanhadas as terras confinantes à aldeia onde nasci. Hoje, apesar da evolução em que vivemos e tanto mecanismo existente, mostra o que se vê: caminhos intransitáveis, silvados gigantes e terrenos ao abandono!
Esta viagem foi para mim uma lição, um belo exemplo, de facto. Quem não conhece, convido a descobrir. Em tempos ditos de luta contra os incêndios e incendiários, acho que a melhor arma de combate é o alinho, a convizinhança fraterna e a entreajuda. Contrário ao que se consta no Centro Litoral, o transmontano é um povo alheio à desconfiança. São hospitaleiros afáveis, bairristas e foliões! Na minha opinião é agradável e simples viver esta forma de vida!
Porque será que as boas acções não se propagam como se espalha o nojento carácter orgulhoso e desentendido? São interrogações que me faço mas não consigo perceber, nem mesmo com ajudado “Oráculo de Napoleão” que tantas dúvidas desfez.

Albino de Jesus Silva

0 comentários: