NATAL EM DIFERENTES GERAÇÕES

Nesta edição, muito voltada para o Natal, o NOTÍCIAS DA FREGUESIA foi conversar com pessoas de diferentes gerações sobre o Natal. Como era antigamente? Como se vê o Natal agora? O que acham do Natal? Aqui fica o resumo de conversas bem interessantes, e muito natalícias, entre novos e velhos.

Diana Gaspar, 6 anos, Carpalhosa
“Gosto muito do Natal. O que eu gosto mais é quando faço a árvore de Natal e quando recebo os presentes. Gosto muito de pôr o Menino Jesus e os anjinhos na árvore de Natal. Costumo receber muitos presentes, e dessa parte também gosto muito. A prenda que mais gostava de receber neste Natal era uns patins… mas tenho o pé pequeno… tenho de crescer. Como não pode ser os patins, gostava de ter um daqueles bebés que fazem xixi”.

Cátia Anselmo, 17 anos, Souto da Carpalhosa
“Para mim, o Natal significa um convívio entre a família. Habitualmente, passo o Natal em família. Convivemos num jantar que fazemos juntos. A nossa família vê mais o Natal como um convívio e não uma troca de presentes. Normalmente, dão-nos dinheiro ou rebuçados e os presentes ficam para os mais novos. Acho que o Natal é, acima de tudo, uma época especial. Quanto ao presente que gostaria de receber… ainda não pensei nisso”.

Adriana Ferreira, 12 anos, Souto da Carpalhosa
“Natal, para mim, significa muita coisa. Mas é, acima de tudo, um momento de alegria com os nossos pais. Este ano vou passar o Natal em casa, com a família, e depois em casa dos tios. Habitualmente recebo muitos presentes, costumo receber mesmo muitos presentes, mas o Natal é também um momento importante para reunir a família. Eu acho que as pessoas gostam do Natal por causa dos presentes e do convívio”.

Lara Bicho, 4 anos, Picoto

“Gosto muito do Natal. Mas o que eu gosto mais são os presentes. Ainda não fiz a árvore de Natal, mas vou fazer. Já pedi duas coisas para o Natal: um piano e um computador do urso Panda. Ainda não fiz nenhum desenho para o Pai Natal e nem me apetece fazê-lo… o pai faz porque trabalha muito depressa (risos). Gosto muito de natais… e quando o Pai Natal chegar eu vou dar-lhe um abraço, como dou ao Zacarias – proprietário de uma quinta de animais.

Maria Pereira Carreira, 72 anos, Camarneira
“O Natal no meu tempo? Então, éramos sete filhos e eu era a mais velha. Na noite de Natal comia-se junto ao lume e rezava-se o terço. Nesse dia, havia sempre para comer alguma coisa de diferente, alguma coisa de especial: um coelhinho estufado ou uma galinha… Não havia cá prendas para ninguém! Também não íamos à missa na véspera, porque a capela ficava muito longe para irmos a pé, então, ia-se no dia seguinte. Nesse dia, lá nos calhava andar com uma roupita melhor. Agora? Agora só se pensa nos presentes…”

José Gomes, 80 anos, Souto da Carpalhosa
“Éramos sete filhos e passava-se à lareira… numa casa construída ainda por adobos. Jantava-se ao lume, comia-se uns feijões com umas batatinhas e azeite cozinhados ao lume, numa panela de ferro. Depois, ou na noite de Natal ou no dia, íamos todos à missa beijar o Menino Jesus. Eram outros tempos… tudo era diferente e comia-se das terras. Para este Natal só desejo muita saúde, muita paz e alegria com os filhos todos e os netos”.

Maria Rosa, 78 anos, Picoto
“No Natal a prenda dos meus pais era carinho. Íamos à missa beijar o Menino Jesus. A comida nesse dia era sempre diferente, mais especial. Lá se fazia galinha ou coelho, mesmo que nos outros dias não houvesse nada para comer. A minha mãe fazia umas filhós com farinha de trigo criada na nossa terra e estreava-se uma roupinha nova para ir beijar o Menino. Ainda não se usava o sapato na chaminé e o Pai Natal ainda andava escondido. Era sempre um dia especial, um dia de festa. Assim se viviam os natais de antigamente. Hoje perdeu-se um pouco o espírito do Natal. Já são poucos os que levam as crianças a beijar o Menino Jesus.”

Manuel Gaspar Antunes, 76 anos, Várzeas
“Em garoto, às vezes no Natal lá nos calhava levar porrada (risos). Éramos oito irmãos e não havia televisão. Comíamos todos à lareira e, às vezes, lá calhava comer alguma coisa diferente. Depois, lá íamos à missa, como ainda faço agora! Agora, é diferente. Este ano conto passar o Natal em casa de um dos filhos, ou então fujo com a minha mulher (risos). Hoje os miúdos só pensam em prendas, é verdade. Mas também, se a gente as puder dar, damos! No meu tempo havia lá alguma prenda… uma chapada, às vezes! E bem havendo pão já era uma alegria!”.

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