NATAL! MAIS UM!

Que vou eu dizer sobre esta linda quadra que ansiosamente esperamos? Desta vez, interroguei a minha consciência, mas a inspiração não me ajuda na objecção. Não queria recomeçar o ritual rosário alusivo às prendas, aos desejos de criança, seria recitar as mesmas larachas de sempre. Contando os meus anos, encontro-me mais com aspecto de Pai Natal que de Menino Jesus. Digo bem aspecto, porque Pai Natal não quero ser de forma alguma!
Sim, dantes, todos os meninos eram adeptos do Menino, hoje já assim não é! Vejam como as coisas mudam!
Quem diria há cinquenta anos que (os Lapónios) viriam a instalar-se no Souto da Carpalhosa?!
- Estranha forma de vida, constantemente agarrados a cordas, pendurados por telhados e varandas. Se observarem, até por detrás das paredes à escuta do que dizem os parceiros, afim de não praticar as mesmas burriquices, e lá vão, disfarçados em bonzinhos, com sorrisos fictícios de barbas mal atiladas para os não reconhecerem, fingindo que deixam prendas, usurpando ao mesmo tempo tudo o que lhes seja permitido. É preciso cuidado com a linguagem que utilizam, eu pessoalmente não os entendo, como não entenderá qualquer pessoa consensual. No entanto, há sempre alguém que confia no trajo.
Natal, propriamente dito, é mais do coração!
As prendas deveriam ser mais amor, mais fraternidade. Segundo as escrituras bíblicas, José e Maria foram exemplo disso mesmo, modestos, cordiais e família!
Natal deve ser todos os dias em cada lar, e na vida do quotidiano. O respeito é a lei da nossa civilização, que se deve, que se impõe ao comportamento dos homens e das mulheres seja qual for o trajo que se ostenta! As prendas que melhor se podem dar aos nossos meninos são a prática da boa educação, o resto é simbólico!
Natal é festa. Que seja harmoniosa, e claro, seja com crianças. Que seja igualmente com adultos! Sejamos fraternos, menos egoístas. Ouçamos os outros, o que têm para nos dizer, aceitando igualmente o pouco que nos querem dar, mesmo quando julgamos desnecessário. Nas escolas, associações, instituições, assembleias e vocações diferentes, nas fábricas, nos campos, nas aldeias e nas cidades, para que todos passem um bom Natal, brilhantes e humildes, convém parar um instante e reflectir!...
Deixo aqui os meus votos de Feliz Natal, aos leitores do “Notícias da Freguesia”, ao nosso jornal, que vigore muitos anos!

Albino de Jesus Silva

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